quarta-feira, 30 de junho de 2010

VEJA O MUNDO COM OUTRO "OLHAR"

A visão e a cegueira ambientais

Nossa sociedade está consumindo mais ecossistemas do que a natureza consegue recuperar. Assim, se assemelha a um piloto que testa um avião que em vez de voar, segue em rumo de colisão com o chão. Enquanto não vê o chão se aproximando, o piloto pode se dar por satisfeito por estar voando. Mais ou menos como um suicida que se joga do prédio mais alto e ao passar voando pelo nono andar, em queda livre rumo ao chão, pensa: "até aqui, tudo bem!"

O estilo de vida baseado no consumo crescente e ilimitado de recursos naturais limitados tem deixando atrás de si uma terra arrasada, extinção em massa, montanhas de lixo, ao mesmo tempo em que produz exclusão social, guerras, fome. Por outro lado, tem gerado uma brutal concentração de renda, nunca se lucrou tanto e cresce a cada dia a quantidade de indivíduos e famílias cujas fortunas pessoais ultrapassam o PIB de muitos países! Os pobres, por sua vez, também estão tendo acesso, pela primeira vez ao consumo, graças a programas assistenciais públicos de transferência de renda, aos produtos chineses fabricados com mão de obra quase escrava e com energia suja de carvão, tudo isso facilitado por créditos a perder de vista!

Parar ou diminuir por quê? Alguns pensam : "recebemos o planeta de herança de nossos pais e avos já poluído, e sobrevivemos! Que mal há em fazer o mesmo com nossos filhos e netos? O que hoje chamam de lixo e poluição amanhã a tecnologia e a ciência poderão descobrir um jeito de neutralizar ou de transformar em matéria prima novamente! Existe muito exagero por parte dos ambientalistas que adoram anunciar o fim do mundo enquanto fazem seu marketing para atrair mais recursos e filiados para suas organizações! Na pior das hipóteses, suas teses cataclísmicas tem servido para aumentar os lucros vendendo mais livros e lotando bilheterias de cinema!"

E chão continua se aproximando, mas a maioria - como já denunciou o escritor português Saramargo - sofre de cegueira. Os que vêem, ao tentar alertar aos que preferem a cegueira, são logo classificados como ecochatos, biodesagradáveis e outros apelidos engraçadinhos ! E assim, a sociedade de consumo segue voando, alegremente, rumo ao pouco provável mas não impossível fim da espécie humana! Como ambientalista, sempre torco para estar errado, pois geralmente quando me dão razão é por que é tarde demais.

Entretanto, não é para desanimar, pois já estão ocorrendo mudanças rumo a uma sociedade sustentável e, claro, tal mudança não se deve aos que preferem permanecer na cegueira e se recusam a mudar. E, por isso, a velocidade da mudança ainda é lenta diante dos enormes desafios a serem ainda enfrentados! Por exemplo, como promover a inclusão sócio-econômica-ambiental da maior parte da humanidade - que tem o direito à vida com qualidade e a um futuro para si e para os que os sucederão - sem comprometer ainda mais a base de recursos naturais já exploradas além do seu limite nem agravar o aquecimento global. Certamente, não será com o atual modelo de consumo nem com a atual tecnologia! Então, qual será? Nossos jovens estarão capacitados para serem os novos técnicos e cientistas do amanhã, capazes de pensar e descobrir respostas para os problemas que herdarao de nos? Nossas escolas e universidades estão atentas para o fato que as crianças e jovens de hoje em breve serão adultos num mundo diferente do atual, onde sustentabilidade e baixo carbono serão as palavras de ordem?

Dizem que a esperança é a última que morre, e que se depender dos que preferem não mudar, então não mudaremos mesmo e o fim será certo. Então, a mudança tem acontecido e depende dos que vêem, e sofrem, e se importam, e sonham com um mundo melhor e trabalham por ele, preferindo encontrar um jeito para mudar em vez de se contentar em desqualificar ambientalistas ou em encontrar desculpas para continuar tudo do mesmo jeito.

Se você conseguiu ler este artigo até aqui, então esteja certo, você não está só, apesar de fazer parte ainda da minoria que preferiu a visão em vez da cegueira ambiental.

Autor:Vilmar Berna
fonte:Revista e do Portal do Meio Ambiente.

terça-feira, 22 de junho de 2010

VOCÊ PENSA EM BALEIAS? NÃO. ENTÃO PENSE!!!

Paul McCartney na luta contra a caça comercial das baleias
Agadir, Marrocos, 21 de junho de 2010 - Paul McCartney se uniu ao movimento global em defesa das baleias e pela manutenção da proibição internacional da caça comercial desses animais, por meio de um comunicado oficial transmitido pela WSPA – Sociedade Mundial de Proteção Animal.

Em sua declaração, McCartney afirma: “chegou o momento de acabarmos com o abate cruel das baleias, deixando essas maravilhosas criaturas em paz. Em pleno século XXI, como ainda podemos conceber a matança de baleias – ou de qualquer animal – de forma tão bárbara? Os governos devem agir com responsabilidade e proteger esses belos seres.”

Inicia-se hoje (21) em Agadir, no Marrocos, o 62º encontro anual da Comissão Internacional da Baleia (CIB). Paul McCartney e a WSPA condenam veementemente a polêmica proposta que, na prática, acaba com a proibição internacional da caça comercial de baleias e permite que cerca de 1.400 animais sejam mortos no próximo ano. Esse requerimento descabido, apresentado pelo presidente e vice-presidente da CIB, deve ser votado pelas 88 nações-membro da Comissão ainda nesta semana.

A gerente de programas para mamíferos marinhos da WSPA, Joanna Toole, afirmou: “Numa perversa tentativa de salvar algumas baleias, a CIB está considerando assinar um mandado de morte para quase 13 mil cetáceos, pelos próximos 10 anos. Esta equivocada proposta ressuscitaria a indústria da caça e seria um grande passo contra o bem-estar e conservação desses animais.”

A proposição endossaria a matança, a cada ano, de mais de 760 baleias Minke e Fin pela Noruega e pela Islândia, no norte do Atlântico. Contrariamente às alegações feitas pelos criadores da proposta, esta não significaria uma redução no número de baleias mortas, mas sim legitimaria uma indústria inaceitável e desumana.

“Recente vídeo da WSPA mostra a brutal realidade da caça comercial de baleias. Usar arpões explosivos para ferir animais – que acabam agonizando até a morte – não é algo que uma sociedade avançada possa aceitar. Todos os olhos se voltam agora para Agadir, onde se discute a legalização dessa crueldade contra os animais”, argumentou Toole.

A WSPA e outros membros da rede Whalewatch estão trabalhando junto às nações-membro da CIB para que descartem a proposta. Encorajando-os, por outro lado, a optarem por uma postura mais sustentável, fazendo da CIB um organismo em prol da conservação e do turismo de observação de baleias.

Paul McCartney conclui que “a melhor forma de nos relacionarmos com as baleias é por meio da observação desses animais e não através da caça”.

Notas:

O teor da proposta pela liberação da caça comercial (“Proposed consensus decision to improve the conservation status of whales from the Chair and Vice-Chair of the Commission”) está disponível, em sua versão completa, no site da CIB : http://www.iwcoffice.org/_documents/commission/IWC62docs/62-7.pdf

O posicionamento da WSPA sobre a proposta está disponível no FTP da WSPA, disponível abaixo.

Se aprovada, a proposta autoriza a caça comercial das baleias a partir do início de novembro deste ano.

Ao longo dos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, o Japão, a Noruega e a Islândia mataram um total de 13.930 baleias, desafiando a proibição da caça comercial de baleias.

As baleias são mortas por arpões explosivos que são detonados dentro do corpo do animal, causando inúmeras lesões internas e grande perda de sangue. Nas caças japonesas, em torno de 60% das baleias sobrevivem à primeira explosão do arpão, e, algumas delas, chegam a levar mais de uma hora até a morte. A Noruega alega que 80% dos animais morrem instantaneamente, porém, desde 2003 não existe nenhum dado oficial que confirme essa afirmação.

Filmagens e fotografias da recente investigação da WSPA sobre a caça de baleias na Noruega, feitas em maio de 2010, estão disponíveis no FTP da WSPA:

http://wspa.ftpuk.net
Username: IWC2010
Password: Pa55code
No dia 17 de junho, organizações norueguesas de bem-estar animal e os parceiros da WSPA “Dyrebeskyttelsen Norge” e “NOAH – for dyrs rettigheter”, apresentaram uma carta assinada por mais de 100 mil pessoas, destinada ao Primeiro Ministro da Noruega, pedindo pelo fim da caça às baleias.

A WSPA é membro da Whalewatch, uma rede mundial de 50 ONGs que se opõem à caça das baleias: www.whalewatch.org

Para mais informações ou para entrevistas com representantes da WSPA, entre em contato, por favor, com: Izabela Bringel, da equipe WSPA Brasil. Tel: +55 21 38208216 ou pelo email: izabelabringel@wspabr.org Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

A WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal é a maior federação de organizações de bem-estar animal do mundo, representando mais de 1000 afiliadas em 156 países. Através de trabalhos de campo, campanhas, trabalho legislativo, educação e programas de treinamento, a WSPA luta para criar um mundo onde o bem-estar animal importe e os maus tratos contra os animais tenham fim.

domingo, 20 de junho de 2010

Continuo acreditando na Ciência, não na Política

Código Florestal Brasileiro ameaçado.

Na página, "OPINÃO" do jornal "A Notícia", de 19/06/2010, o grande ambientalista, meu professor de Ecologia e tambem Biólogo Lauro Eduardo Bacca, nos traz e também nos faz pensar sobre certas "pressões da sociedade" sobre o principal mecanismo de controle que é o código Florestal Brasileiro criado na década de 30. Já soaram o alerta de SOS, para com o perigo que estamos correndo, com futuras e possíveis modificações no código. Denunciando à sociedade os riscos que o relatório apresentado pela comissão especial da Câmara dos Deputados representa para as florestas brasileiras.
Bacca, ainda coloca que existem ONGs como a Apremavi que estão ajudando os agricultores e outros para agirem de modo a se adequarem ao atual código, sem novas mudanças no Código Florestal. Bacca ainda afirma que tais mudanças podem contribuir ainda mais para o desmatamento e a destruição das reservas legais, Áreas de Preservação Permanente- APP.
De acordo com Bacca e outros ambientalistas, a lei é fundamental para conter o desmatamento em todos os biomas e tentar reverter a situação das áreas já degradadas. Eles afirmam que as propostas apresentadas trazem muitos prejuízos: anistia a quem desmatou, decreta o fim das APP, desobriga os desmatadores ilegais a recuperarem as áreas, entre outras. Tais medidas podem trazer consequências devastadoras, inclusive no que diz respeito ao cumprimento das metas assumidas pelo Brasil de reduzir o desmatamento, principalmente na Amazônia, e as emissões de gases que causam o aquecimento global.
Contudo, essa nossa iniciativa não quer apenas informar, mas entra na mobilização com a sociedade civil organizada. Mas, para isso nós cidadãos preocupados com o meio em que vivemos somos convidados a participar e preencher uma petição online dizendo não ao desmatamento e à premiação da ilegalidade, que será enviada aos deputados que votarão as propostas.
O site www.sosflorestas.com.br é uma iniciativa do Instituto Socioambiental (ISA), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), do WWF Brasil, do Greenpeace, do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e do Instituto Centro de Vida (ICV).


"Se em Brasília predominarem a objetividade e a razão sobre a emoção todos sairemos ganhando".
Lauro Eduardo Bacca

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Creio na Ciência mas não na Política

Retrocesso ambiental
Por Redação do Greenpeace

Aldo Rebelo apresenta seu relatório de mudanças no Código Florestal. Seu texto anistia desmatadores, legitima a devastação e abre espaço para novos desmatamentos.

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) finalmente apresentou seu relatório na Comissão Especial criada pela Câmara dos Deputados para consolidar as propostas de alteração do Código Florestal. A bancada da motosserra à qual Aldo se ligou umbilicalmente nos últimos meses, está, obviamente, exultante. O relator fez um serviço ainda melhor do que eles esperavam.

Na prática, o relatório de Aldo propõe reverter 76 anos de evolução de nossa legislação ambiental. É, portanto, um retrocesso. Legitima o corte indiscriminado do passado recente e abre brechas para novos desmatamentos. Sugere também que desenvolvimento só se faz com destruição da natureza e passa o custo integral da conservação para o contribuinte brasileiro. “O deputado está propondo a socialização dos custos da devastação e a privatização dos lucros imediatos que ela gera”, diz Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace.

Aldo propõe o fim da função social da propriedade rural no Brasil. Seu texto revoga um artigo que estava na versão original do código, de 1934, e que foi mantido na revisão feita em 1965. Ele tratava as florestas como bens públicos. Pelo que Aldo escreveu, se o contribuinte não estiver disposto a pagar pela conservação ambiental, o fazendeiro pode fazer o que bem lhe der na telha nas terras que ocupa. Foi este tipo de mentalidade, por exemplo, que transformou uma das áreas mais férteis do país, o Vale do Paraíba, entre Rio e São Paulo, numa terra imprestável para a atividade agrícola.

O texto de Aldo também agracia com o benefício da anistia quem, pela legislação em vigor, cometeu crime ambiental. Qualquer desmatamento feito até 22 de julho de 2008 – não importando o tamanho da propriedade – estaria, pela proposta do ex-comunista que virou ruralista, automaticamente perdoado. A Reserva Legal, o pedaço de qualquer fazenda que precisa permanecer destinado à mata nativa, também foi trucidada pelo deputado.

Na Amazônia, ele sugere acabar com ela para propriedades com até 600 hectares. Isso já tinha sido previsto pela própria área ambiental do governo em negociações com representantes da agricultura familiar. Mas Aldo aproveitou a deixa e meteu o pé na porta. Nas outras regiões, fazendas com tamanho de até 4 módulos rurais também estão dispensadas de ter a Reserva Legal. Para as propriedades maiores, Aldo manteve a obrigação nos percentuais atuais – 80% para a Amazônia, 35% para o Cerrado e 20% nos demais biomas – mas deu aos estados e municípios a possibilidade de reduzirem esta demanda pela metade

“Aldo no fundo abriu a brecha para se acabar com a Reserva Legal, porque qualquer fazendeiro com mais de 600 hectares de terra na Amazônia poderá fracionar sua propriedade para fugir da obrigação”, aponta Sergio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace. Ele sugere também que, para fins de recuperação de uma reserva legal, o fazendeiro pode usar espécies exóticas. Isso, de certo modo, já é uma afronta ao conceito, criado justamente para proteger matas nativas.

Mas do jeito que está escrito, sem especificação de que as espécies usadas na recuperação precisam ser arbóreas, Aldo abre a possibilidade de que um fazendeiro utilize grama ou soja para recuperar sua reserva legal. No caso das áreas de preservação permanente (APP’s), Aldo, além de reduzir a necessidade de manutenção de matas ciliares em alguns rios para 15 metros, dá aos estados o poder de diminuí-las à metade do que exige a legislação federal. Isso inverte uma regra básica da legislação ambiental brasileira, que determina que o que vale é a maior área de proteção.

No artigo 12 de seu texto, Aldo ‘flexibiliza’ a derrubada em encostas entre 25 e 45 graus. Basta uma recomendação do órgão de agricultura estadual para que ela ocorra. E no capítulo X, que trata de incêndios em áreas florestais e rurais, Aldo propõe simplesmente o seu fim. Cuida, no entanto, de deixar uma porta escancarada para a continuidade das queimadas, dizendo que consideradas peculiaridades (não especifica quais) regionais, os estados podem autorizar a queima de campos e florestas.

Em resumo, usando Marx e Engels para defender práticas capitalistas retrógradas no campo, invocando a bíblia para dizer que a natureza deve se submeter à vontade dos homens e posando de nacionalista para assegurar os interesses do agronegócio exportador de commodities, Aldo Rebelo conseguiu o milagre de produzir uma proposta que põe o Brasil no rumo do atraso e da devastação. Na leitura de seu relatório, ele agradeceu aliás a três eméritos ruralistas no Congresso, Moacir Micheletto, Homero Pereira e Anselmo de Jesus.

Não há de quê, deputado. Quem agradece é a turma da motosserra. Ela não poderia ter sido melhor servida.

Legenda: Castanheira isolada por queimadas na Amazônia.
Crédito: Greenpeace/Rodrigo

(Envolverde/Greenpeace)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Contribuição brasileira

Por Fábio de Castro, da Agência Fapesp

Agência FAPESP – Um estudo realizado por cientistas brasileiros descreveu pela primeira vez um novo fator que influencia na reprogramação de células adultas para a geração de células-tronco pluripotentes – que são capazes de se diferenciar em outros tecidos do corpo, como ocorre com as células-tronco embrionárias, mas sem a destruição de embriões.

Realizado por pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP – e do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP), o estudo gerou o primeiro artigo científico feito no país sobre células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês).

Os resultados foram publicados na última quarta-feira (2/6), na edição on-line da revista Stem Cells and Development, e em breve sairão na edição impressa.

As IPS são artificialmente derivadas de células somáticas reprogramadas por meio da introdução de determinados genes. A técnica foi desenvolvida em 2006 por um grupo coordenado por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, no Japão.

Desde então, os cientistas têm utilizado, para a reprogramação, quatro genes ligados ao processo de especialização das células, que são introduzidos em fibroblastos (células do tecido conjuntivo) com a ajuda de retrovírus.

O grupo brasileiro conseguiu “forçar” a reprogramação utilizando um novo gene, conhecido como TCL-1A. De acordo com o primeiro autor do artigo, Dimas Tadeu Covas, coordenador de transferência do CTC e diretor-presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, a descoberta de mais um fator que influencia a reprogramação das células-tronco contribui para a compreensão do mecanismo que leva à pluripotência.

“Ainda não se conhece inteiramente o mecanismo e é importante que um grupo brasileiro tenha dado essa contribuição. O estudo não é uma repetição do esquema tradicional, com o uso dos quatro genes, mas faz uma nova combinação de fatores de transcrição – o fator TCL-1A ainda não havia sido descrito. É importante também por ser a primeira publicação brasileira sobre IPS”, disse à Agência FAPESP.

Outra diferença em relação ao trabalho do grupo japonês, realizado em 2006, segundo Covas, é que não se trata de uma reprogramação integral, mas apenas parcial. “O mais importante é que a reprogramação não levou à formação, nos camundongos, de um teratoma – um tumor embrionário que surge frequentemente quando trabalhamos com células-tronco embrionárias”, disse.

Os fatores de transcrição utilizados até agora para a reprogramação de células somáticas, transformando-as em pluripotenciais, eram os genes OCT4, SOX2, KLF4 e C-MYC.

O grupo brasileiro utilizou uma nova combinação, que acrescenta o TCL-1A ao C-MYC e ao SOX2. Segundo o estudo, as células geradas com a ajuda desses três fatores são semelhantes às células-tronco embrionárias humanas em termos de morfologia, capacidade de diferenciação em células de três camadas embrionárias e em relação ao nível de expressão genética global.

Células em quantidade

Segundo Covas, as IPS serão extremamente úteis para a compreensão dos mecanismos de reprogramação e para, no futuro, permitir o desenvolvimento de terapias celulares inovadoras.

“Atualmente, a grande esperança é que as IPS possam exercer um papel importante na chamada medicina regenerativa. A razão para isso é que, ao utilizar células do próprio paciente e reprogramá-las, temos certeza de que elas serão compatíveis com o seu organismo”, afirmou.

Outra vantagem, além da compatibilidade com o paciente, é que a técnica deverá permitir a obtenção de grandes quantidades de células, já que elas são reproduzidas em cultura.

“Além disso, elas podem não ser teratogênicas, o que é um grande problema com as células embrionárias. Neste momento, outros grupos estão utilizando as células IPS em modelos experimentais para vários tipos de doenças. É um campo novo, cujo primeiro trabalho foi lançado há quatro anos, mas que tem evoluído de forma muito vigorosa”, disse Covas.

(Envolverde/Agência Fapesp)

Bife com tempero de floresta

Ministério Público Federal lança campanha de alerta para os consumidores: o gado que chega à sua casa pode estar botando abaixo a Amazônia.

Você sabe a origem da carne que está na sua mesa? Esse é o mote da campanha que o Ministério Público Federal lança nacionalmente, nesta terça-feira. Com material para TV, rádio e impresso, o órgão pretende incentivar o consumidor a cobrar informações sobre o produto que compra nos supermercados. Mesmo com alguns passos positivos que deu nos últimos meses, a cadeia brasileira da pecuária ainda está recheada de ilegalidades.

A campanha Carne Legal nasceu de uma parceria do MPF com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e com a agência Repórter Brasil. A proposta é mostrar que a carne consumida por todo o país pode estar manchada com o emprego de trabalho escravo, lavagem de dinheiro e desmatamento ilegal da Amazônia.

O alerta chega um ano depois que o Greenpeace lançou o relatório “Farra do Boi”, apontando o envolvimento de frigoríficos, supermercados e fazendas na devastação da floresta. À época, o Ministério Público entrou em campo e sua pressão na Justiça resultou em bilhões de reais em multas distribuídas para fazendeiros e frigoríficos.

As denúncias atravessaram o oceano, os consumidores passaram a cobrar e grandes redes de supermercado acabaram se comprometendo com o fim do desmatamento. Dali em diante, só comprariam dos frigoríficos que dessem alguma comprovação de que seus produtos não vinham de áreas devastadas. Dos cerca de 700 mil quilômetros quadrados de floresta que já foram para o chão na Amazônia, 80% foram ocupados por gado.

Diante desses dados, o Greenpeace defende o desmatamento zero na região daqui para frente. “No mundo inteiro, as pessoas não admitem mais pagar por um produto que causou destruição. Se as empresas quiserem sobreviver, terão que se adaptar a isso, eliminando o desmatamento de sua cadeia de produção”, afirma Marcio Astrini, da Campanha da Amazônia do Greenpeace. Ele ressalta que só assim o Brasil poderá enfrentar os compromissos que assumiu mundialmente em favor do clima. “O fim do desmatamento é a maneira mais rápida e barata de o país contribuir para o combate ao aquecimento global”.

Fonte: Greenpeace Brasil

domingo, 6 de junho de 2010

No dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.

Dra. Valéria Reani

A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.

A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.

A sociedade moderna continua destruindo o meio ambiente. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies animais.

A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartadas de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.

É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.

E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão.

Algumas dicas de preservação para o dia a dia:

01. Preserve a vegetação nativa. Não desmate! Não coloque fogo!

02. Não compre, nem tenha animais silvestre em casa.

03. Não maltrate animais silvestres ou domésticos.

04. Separe o lixo em casa e no trabalho, e coloque na rua no dia da coleta seletiva em seu bairro.

05. Não jogue lixo no chão. Carregue-o até a lixeira mais próxima. Ensine às crianças dando exemplo.

06. Recicle ou reaprove tudo o que puder.

07. Reduza o consumo, especialmente do que não puder ser reaproveitando ou reciclado.

08. Mantenha seu veículo regulado e ande mais a pé.

09. Não contribua com a poluição sonora e/ou visual.

10. Não jogue óleos lubrificantes na sua rede de esgoto.

11. Não desperdice água. esse é um dos recusros mais importantes e frágeis do planeta: feche torneiras, conserte vazamentos, não use mangueiras para para lavar calçadas, aproveite água de chuva.

12. Não desperdice energia elétrica: desligue aparelhos, verifique sobrecargas, apague as luzes.

13. Ensine às crianças amor e respeito pela natureza.

14. Cuide da higiene e da sua saúde!

15. Evite jogar materiais não degradáveis (plásticos ou outros) no ambiente.